imagem UMA DÉCADA NO JARDIM DO DIABETES

Rio de Janeiro, 09 de julho de 2018.

E lá se vão 10 anos convivendo com o diabetes…

Há 10 anos lia que a cura chegaria em 2 ou 3 anos.

Há 10 anos passei a receber receitinhas fajutas sobre “como me ver livre do diabetes”.

Há 10 anos ri de um exame que queria acreditar que tinha sido trocado com o de outra pessoa.

Há 10 anos precisava de um pouco de privacidade para injetar insulina.

Há 10 anos minha vida e meus sonhos desmoronavam sobre minha cabeça.

Há 10 anos pensei haver chegado ao fundo do poço.

Mas, como diria William Shakespeare, dramaturgo inglês que tanto me inspirou em meus tempos de teatro, “A alegria evita mil males e prolonga a vida”.

Tucano1980closeAh, a alegria… Coisa minha! Que me pertence! Pelo menos a minha alegria. Me caracteriza desde a primeira infância e agora vejo em minha filha o mesmo olhar e sorriso… Alegria… Talvez seja genética. Talvez não. Talvez, tanto sorriso e paz, sejam só o reflexo da alma, no qual o corpo é o espelho, que apresenta as imagens do que vem desde o coração.

A alegria me fez superar o diagnóstico, as coisas que o sucederam e aprendi a maior lição de todas: sorrir acompanhado é ótimo, mas para que seja ainda mais sublime, é preciso que antes aprendamos a sorrir na solidão.

Sim, pouco tempo depois de meu diagnóstico, fiquei sozinho. Mais do que nunca. E o que alguns poderiam julgar (e julgaram de forma contundente) ser o fundo do poço, como eu mesmo cheguei a pensar, foi exatamente o meu momento de redenção.

Essa solidão não foi por opção: ela me foi imposta! Pela vida, pelo capricho dos deuses ou pela doença – não a minha, mas a da alma de alguns que me rodeavam. Seja qual for a razão, agradeço enormemente a ela, pois foi na solidão que me defrontei, aprendi e me fortaleci. Fazendo jus às palavras do poeta Quintana: “O segredo é não correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim para que elas venham até você”.

E quantas foram as borboletas que me inspiraram… Literalmente, as borboletas azuis, da cor do diabetes, com as quais cresci nos longos passeios de infância na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro. Elas estiveram em vias de extinção, mas, fortes, como eu deveria me tornar em tal momento, resistiram aos predadores e aos caçadores, que usavam sua beleza para adornar bandejas e badulaques. Elas lutaram, resistiram e se reergueram. Eu também!

Há 10 anos o diabetes me fez cuidar melhor de meu jardim, fazendo-me descobrir em meu peito, forças que até então não imaginava ter.

Há 10 anos aprendi que anteriormente à cura do diabetes, precisamos curar nossas almas e corações para que não amarguemos a vida antes que chegue a saída para a disfunção. De nada serve um corpo curado se deixamos apodrecer o coração.

Há 10 anos passei a devolver as receitinhas milagrosas, oferecendo ao gentil amigo curandeiro, aulas sobre o convívio com o diabetes. Devem ter aprendido… nunca mais voltaram a tentar curar o que (ainda) não tem cura.

04abr2010 PenedoHá 10 anos passei a acreditar mais em meus sonhos e em mim.

Há 10 anos ergui todo o peso que me caía sobre os ombros e reconstruí os sonhos que haviam ruído.

Há 10 anos passei a fazer questão de aplicar minha insulina diante de quem quer que fosse.

Há 10 anos tomei impulso no fundo do poço e voei ainda mais alto.

Há 10 anos caí.

Há 10 anos me levantei.

Há 10 anos aceitei que a vida me derrubaria muitas vezes, mas que eu poderia me levantar em todas, menos em uma: a morte.

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Minha borboletinha rainha ou insulina com perninhas.

Enfim, há uma década fui apresentado à morte, mas eu preferi viver, pois se não posso evitá-la, pelo menos posso adiá-la. Como? Mostrando a ela e a mim mesmo que minha vida vale a pena, que não me canso de sorrir e que quero levar minha alegria e felicidade a cada canto de mundo que puder. Quero mostrar que a felicidade não é sorrir o tempo todo, mas sempre tentar encontrar um motivo para fazê-lo.

 

Hoje mesmo não vivo um momento dos mais fáceis. Só Deus sabe as dificuldades pelas quais venho passando e os desafios que a vida tem me imposto. Mas não me dou por vencido. Insisto em minha missão e pretendo sempre levar a você, leitor do Blog Diabetes Esporte & Natureza, a minha alegria, vontade de viver e de seguir fazendo da alegria um caminho para conquistar ainda mais vitórias. Se puder diariamente mostrar que sorrir para vida é a melhor decisão que podemos tomar, meus objetivos serão alcançados e meu sorriso eternizado nas conquistas de cada um a qual pude inspirar.

Há 10 anos meu jardim floresceu para sempre.

Então? Levante-se! Não deixe que o diagnóstico amargue seu coração.

Resista! Transforme suas dificuldades em oportunidades.

Se cansar, descanse. Mas jamais se entregue.

Portanto, cuide do seu jardim e as borboletas virão.

E que venham mais 40 ou 50 anos.

Grande abraço,

Daniel Ramalho – Diabeticoach

Diabetes Esporte & Natureza


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