Coluna Diabetes Proatividade – por Prof. Rodrigo Barboza
As atividades físicas têm muitas classificações, entre elas, os tipos de estímulo fisiológico. Nessa questão, leva-se em consideração fatores como: ser uma atividade aeróbica, na qual predomina o oxigênio como fonte de energia na maior parte do treino, ou anaeróbica, na qual outras fontes de energia são utilizadas, como a fosfocreatina e o glicogênio. Para entendermos qual delas é mais interessante para quem convive com o diabetes, temos que entender um pouco o que acontece fisiologicamente no nosso corpo durante esses estímulos.
Atividades Aeróbicas
As atividades físicas aeróbicas são conhecidas por serem de média a longa duração, com estímulos contínuos de caráter de fraca a média intensidade. Atividades como, por exemplo, as caminhadas, pedaladas, corridas leves e a natação estão nesse grupo. Lembrando mais uma vez que estamos tratando de estímulos contínuos, onde a intensidade do exercício é mantida durante todo o tempo. Existem exercícios que são passados de forma intervalada, onde há variação de estímulos (fraco e forte) e consequentemente, essa atividade acaba envolvendo tanto estímulos aeróbicos como anaeróbicos. A maioria dos esportes e das práticas físicas de hoje envolvem ambos.
Atividades Anaeróbicas
Por outro lado, as atividades físicas anaeróbicas são conhecidas por terem estímulos curtos (normalmente até 90 segundos), o que exige que o corpo use outra fonte de energia sem ser o oxigênio. Este tipo de exercício precisa de mais tempo para que seu ciclo se transforme em energia e acabamos usando a fosfocreatina ou o glicogênio. Existem outros substratos, mas vamos nos concentrar nesses principais.
Independente do estímulo, a glicose no sangue é captada para dentro da célula para que tenhamos energia para continuar o exercício. O que acontece é que algumas atividades muito intensas, normalmente acima de 70-80% do Vo2 máx (Valor de Oxigênio máximo gasto em uma atividade), acabam liberando hormônios que chamamos de contrarreguladores. Esses hormônios estimulam a produção de glicose pelo fígado, para que tenhamos energia. Infelizmente nosso corpo não entende que a ausência da nossa insulina faz com que esse excesso de glicose na corrente sanguínea nos deixe hiperglicêmicos. Hormônios como a adrenalina e o cortisol, ligados ao estresse, são exemplos disso.
Os momentos que chamamos de “explosão”, como o tiro de corrida ou um arranque no futebol, podem ser exemplos de ocasiões em que acontecem esse tipo de estímulo que aumenta a glicemia.
Porém, como tudo no diabetes, não podemos generalizá-lo entre nós. Algumas pessoas reagem muito bem a esses estresses liberadores de glicose, como vemos na musculação também. O ideal é sempre vivenciar a atividade e ver como a glicemia vai reagir ao estímulo. Claro, lembrando sempre de verificar também se a quantidade de carboidrato ingerido e insulina administrada foram ideais para tal momento.
Cuidar-se é o Melhor Exercício
Enfim, atividades aeróbicas são excelentes para baixar a glicemia, se esse for seu único objetivo. Atividades anaeróbicas podem ou não promover de maneira ideal essa meta. Mas é importante lembrar que o que vale mesmo é praticar o que ama. Obviamente, não se esqueça de monitorar e corrigir as hiperglicemias que possam acontecer.
Veja com seu médico a melhor estratégia e siga em frente no controle glicêmico e de sua saúde.
Bons treinos!
Até a próxima,
Rodrigo Barboza
Prof. de Educação Física
Instagram: @diabetes_exerciciofisico
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