Por Daniel Ramalho
Há bastante tempo bato na tecla de como é chato e inconveniente o tal vitimismo, mas ontem, ao iniciar meu dia vendo uma matéria que compartilhei pela manhã sobre um estudo que diz o óbvio “irritação e nervosismo fazem mal ao coração”, fui levado por pensamentos que me fizeram comprovar, pelo menos para mim, que bancar a eterna vítima também causa o mesmo problema.
É só usar a lógica e logo perceberemos que os seres mais irritáveis que conhecemos estão sempre reclamando da vida, falando sobre o quanto ralam ou sofrem nesse mundo e, algumas vezes, vangloriando-se de como são pacientes, criativos, especiais e sarcásticos para tentarem disfarçar aquilo que os molesta: pessoas felizes ou realizadas.
Engana-se aquele que acredita que isso só afeta aos outros. Muitas vezes age-se desta forma e não se percebe: uma reação enérgica quando alguém nos dá uma fechada no trânsito, o sofrimento vivido antecipadamente quando acredita-se que algo trará problemas ou dará errado…
No diabetes isso pode ocorrer quando nos cobramos a perfeição no tratamento e reagimos com raiva ao acontecer o inevitável: algo, em algum momento, não sai como queremos. São inúmeras as situações em que podemos explodir de raiva, afinal, realmente não é nada fácil lidar com nossa disfunção.
Uma mudança de postura pode ser algo também bastante difícil, mas torna-se impossível se nem ao menos nos dermos a chance de treinarmos nossas mentes para vermos os problemas como desafios, a dura rotina como aprimoramento de nosso caráter e a doença como oportunidade de amadurecimento e aprendizado.
É muito fácil cedermos à tentação de reclamarmos o dia inteiro. Tão fácil que nem percebemos: quem nunca entrou no elevador e puxou assunto com o vizinho com um “chuvinha chata essa, né?” ou um “Que calor insuportável”?
Quando fica por aí, tudo bem. O problema começa a afetar mais nossas vidas quando nos irritamos facilmente com coisas simples, com as pessoas que nos rodeiam no ambiente familiar ou de trabalho e quando muitas vezes somos desagradáveis com os outros e conosco mesmo sob a máscara de uma suposta sinceridade, de um ardoroso defensor da verdade ou até de um grande realista.
Efetivamente, nesses momentos em que normalmente desfilamos todo o nosso sarcasmo, apenas uma forma bem humorada (há controvérsias. Rsrs) para dissimularmos nossa irritação, estamos perdendo uma ótima oportunidade de praticar o autocontrole, a respiração que acalma, a paciência, a tolerância.
Hoje li a frase “A forma como escolhemos ver o mundo cria o mundo que nós vemos”, do escritor Barry Neil Kaufman, que me fez pensar durante um desses momentos em que temos vontade de explodir por alguma razão: se nos irritamos com facilidade e nada fazemos para mudar isso, criamos um mundo irritante e negativo ao nosso redor.
Parem para pensar se não é assim mesmo: quanto mais cedemos à irritação, mais nos irritamos e isso só termina quando algo diferente acontece e nos “distrai” da irritação.
Será que não seria melhor para todos nós pensarmos em controlar nossas reações, palavras e atitudes antes que elas possam piorar o momento ruim que vivemos?
Fica aí uma questão na qual todos devemos nos concentrar a cada acontecimento desagradável, a fim de melhorarmos nossa qualidade de vida e preservarmos nossa saúde.
Descontrole emocional afeta diretamente a nossa glicemia. Vamos cuidar de nossos pensamentos para colocarmos um pouco mais de leveza em nossos dias.
Afastem-se de pessoas pesadas e tarefas que lhes façam mal. Se forem inevitáveis, não alimentem sua própria irritação e tentem encontrar os lados positivos de cada uma delas. Tenha certeza de que sempre há um. Rsrs.
Quando virem uma pessoa feliz, não a critiquem ou ridicularizem, unam-se a ela: vocês só têm a ganhar.
Nenhuma vida é um mar de rosas, então já é hora de fazermos das queixas um pequeno instante, jamais um mantra incessante.
Menos ruminação! Mais amor e ação!
Vamos que vamos!
Grande abraço!
DANIEL RAMALHO
DIABETES ESPORTE & NATUREZA
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