Coluna Diabetes ProAtividade
Por Prof. Rodrigo Barboza
A gravidez de uma mulher com diabetes pode apresentar complicações que não aconteceriam em uma sem diabetes, o que não quer dizer que elas ocorrerão. Se há um bom controle glicêmico, a chance de ter problemas na gestação é pequeno. A endocrinologista Lenita Zajdenverg, comenta em publicação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) que segundo a dra. Ingeborg Christa Laun, também endocrinologista e especialista no tema, “Quanto maior esse controle, menor o risco do bebê de mãe diabética ser diabético tipo 2 na vida adulta”. Para Laun, as chances de uma mãe com diabetes tipo 1 ter um filho que também tenha a enfermidade são muito pequenas, correspondendo a possibilidades de 1% a 2%.
Do Sonho à Realidade
A maternidade é o sonho de muitas mulheres e com as que convivem com o diabetes não é diferente. Porém, para J.J. Hoet, estudioso de diabetes e gravidez, também citado por Zajdenverg, “Quando uma menina se torna diabética, ela precisa estar consciente de que, cedo ou tarde, será mãe. E, por causa disso, o seu controle glicêmico é essencial para prevenir complicações prejudiciais para ela e para o filho”.
A insulina é, obrigatoriamente, adotada nos tratamentos de grávidas com diabetes, pois os antidiabéticos orais não podem ser usados por gestantes. Desta forma, não há risco para o bebê, por não passar pela placenta. O endocrinologista Dr. Rodrigo Siqueira alerta: “Sendo assim, o tratamento sempre se assemelhará com o de quem tem o tipo 1 do diabetes, com insulinas basal e bolus, mas será sempre o médico a decidir o melhor tratamento a ser seguido”.
Gestação e Atividades Físicas
Também com o aval do médico responsável, os exercícios físicos podem ser recomendados para as gestantes saudáveis. Sua prática regular durante a gestação pode promover inúmeros benefícios físicos e psicológicos. Não há evidências de desfechos adversos para o feto e/ou recém-nascido, quando os as atividades físicas são realizadas em intensidade leve a moderada. Mas a realidade é que poucas gestantes aderem a essa prática, ainda que tenham a liberação médica. Muitas ainda têm receios e dúvidas quanto à segurança de sua realização.
Na ausência de contraindicações clínicas ou obstétricas para a prática de exercícios, todas as gestantes devem ser estimuladas a manter ou adotar um estilo de vida ativo durante o período. O exercício físico em intensidade leve a moderada é considerado prática segura tanto para a mãe quanto para o feto. Mas atenção: o diabetes mal controlado é uma contra indicação relativa para a prática de exercícios físicos.
Com a Devida Precaução
A gestante só deve iniciar ou retomar a sua própria rotina de exercícios habituais, após a primeira consulta pré-natal. Estabelecida a ausência de risco gestacional e após liberação médica, a atividade física de intensidade leve a moderada é recomendada a todas as grávidas. Até mesmo as sedentárias que desejam começar durante a gestação podem fazê-lo. Mas nesse caso a recomendação atual é iniciá-la após a décima segunda semana de gestação.
As gestantes fisicamente ativas antes de engravidar, podem manter suas atividades, inclusive no primeiro trimestre gestacional. Porém deve-se modificar ou adaptar sua intensidade e frequência.
O segundo trimestre em geral, é o melhor período para a prática de exercícios, pois a mulher se encontra mais disposta, livre, em geral, dos inconvenientes do início da gravidez. Mulheres que não praticavam exercício antes da gestação podem iniciar sua prática, mas a partir do segundo trimestre, se liberadas pelos médicos.
No terceiro trimestre, a gestante deve diminuir a intensidade dos exercícios em função do aumento de peso corporal e outros desconfortos e limitações.
Bom Senso e Moderação
Recomenda-se que gestantes com diabetes controlado realizem exercícios físicos aeróbicos e de resistência muscular para ajudar no controle glicêmico. Mas alguns cuidados devem ser tomados nesse caso, como fazer um adequado controle glicêmico capilar, antes, durante e após o exercício, ter um carboidrato de rápida absorção disponível durante o exercício no caso de hipoglicemia. Mas deve-se também evitar atividades realizadas no horário do pico insulínico e realizar o exercício após as refeições, pois esse é o momento em que há maior disponibilidade de glicose circulante.
#Gratidão
Portanto, agradeço a dois grandes profissionais que me ajudaram nesse texto: meu colega de profissão e equipe, professor Danny Dias, Cref:036795-G e ao meu endocrinologista preferido, Dr. Rodrigo Siqueira, CRM 5274801-3.
Obrigado e até a próxima,
Rodrigo Barboza
Prof. de Educação Física
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Leu, mas quer mais informações:
Sociedade Brasileira de Diabetes “diabetes e gravidez”:
https://www.diabetes.org.br/publico/colunas/41-dra-lenita-zajdenverg/201-diabetes-e-gravidez
Artigo sobre Diabetes e exercício:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032014000900423
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