Coluna Nutri & Diabetes
por Deise Santiago
Quando somos diagnosticados com diabetes, além da preocupação com a medicação e as glicemias, ficamos em clima de guerra com a comida, pois classificamos os alimentos, como perigosos ou proibidos, de acordo com o número que o glicosímetro apresenta após seu consumo. Mas temos que estar atentos: preocupação excessiva com a dieta pode trazer transtornos alimentares.
Ortorexia
A ortorexia – pouco mencionada, mas que vem tomando uma proporção assustadora – é um desses transtornos. Trata-se da preocupação excessiva com a alimentação, no caso, em pessoas com diabetes, que deixam de consumir farinha branca, eliminam carboidratos, retiram algumas frutas da dieta, apenas porque fazem a glicemia subir. A restrição é tão grande que isso pode afetar o crescimento das crianças que são submetidas a tal alimentação, ocasionar muitas crises de hipoglicemia e, em casos mais radicais, chega a interferir na vida social, a ponto de não participarem de eventos com amigos ou familiares por conta das comidas que serão servidas no local.
Diabulimia
Outro transtorno pouco divulgado, mas muito praticado entre as pessoas que tem diabetes, é a diabulimia. Essa questão consiste em deixar de aplicar doses de insulina ou reduzi-la para que se consiga diminuir o peso corporal. A glicemia alta – evidenciada no início do diagnóstico do diabetes tipo 1 – pode promover a perda de peso por utilizar os músculos e a gordura como fonte de energia, uma vez que a glicose não consegue entrar nas células para produzir a energia que o corpo necessita. Mas essa utilização dos músculos e da gordura não é saudável: o corpo libera cetonas que deixam o sangue mais ácido e leva à cetoacidose.
Agora imaginem um sangue ácido e mais espesso, pelo excesso de glicose, circulando em nosso organismo… As complicações começarão a aparecer, porque essa atitude não é saudável e o nosso corpo sofre muito nesse processo.
Apoio Profissional
Infelizmente estudos mostram que esses transtornos são muito comuns em pessoas com diabetes. Em ambos os casos, recomenda-se que a pessoa busque ajuda psicológica com um profissional, mas o preconceito, o medo de reconhecer que precisa de ajuda e até a dificuldade em reconhecer os sintomas, muitas vezes fazem com que essa atitude seja tomada somente quando complicações começam a aparecer.
Precisamos estar atentos e assumir que somos passíveis de falhas e que muitas vezes necessitamos de ajuda. Não é nenhuma vergonha reconhecer que precisamos de auxílio para enfrentar determinados males da vida. Pelo contrário, ter consciência de nossas dificuldades diante de situações adversas, pode ser justamente a chave para darmos a volta por cima.
Pensem nisso.
Até a próxima,
Deise Santiago – CRN – 340982
Nutricionista e Educadora em Diabetes
https://www.facebook.com/nutrideisesantiago/
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