imagem SOBRE O MEDO E A SUPERAÇÃO

Por Daniel Ramalho

11mar2011 (8)
Imagem: DEN

A 4 meses de completar 9 anos de diagnóstico de diabetes tipo 1, estive lendo posts em grupos no Facebook, como de costume, mas o que me chamou mais atenção foi o “Força, raça e gana sempre…” da amiga Juliana Lessa no blog Insulina Portátil.

Descobrimos o diabetes mais ou menos na mesma época: por apenas um dia não foi exatamente 8 meses o tempo que separou nossas descobertas. Lendo sua publicação, me transportei mentalmente àquele momento de minha vida. Foi duro… Não! Foi uma porrada mesmo!

Foi um momento de muita reflexão e de acontecimentos que me fizeram mudar profundamente, pois minha vida pessoal também ficou em frangalhos com outras questões que me atingiram da maneira mais impactante que se pode dilacerar um coração que sonha tanto como o meu.

Ainda me lembro da vez em que me apliquei a primeira dose de insulina. Hoje o que faço com muita naturalidade, foi um verdadeiro evento para mim: à noite, na cozinha de minha mãe, com plateia e tudo. Naquele dia exigiu muita coragem, não que tivesse medo de agulha, pois nunca tive, mas porque era uma situação pela qual pensei que nunca passaria. Mal sabia eu que estava mudando minha vida por completo: não apenas na questão da saúde, mas por revoluções internas que empreendi, sofri, penei, vivi a partir daquele dia.

Mais uma vez vivo um momento de grandes transformações pessoais, profissionais e emocionais e é inevitável pensar naquele 9 de julho de 2008. Vejo, a cada dia com mais clareza, as portas que se abriram para mim com o diagnóstico. Realmente transformei o diabetes em uma grande oportunidade de amadurecimento e conquistas. Nada foi fácil, assim como não está sendo hoje, mas levo no coração a certeza de que não há vitória sem luta, conquista sem suor e coragem que aflore sem experimentar o medo.

Superação é a palavra de ordem para quem convive com uma doença crônica. As opções nos são dadas com o diagnóstico: enfrentar e fazer o seu próprio destino ou se entregar ao lamento e esperar com passividade as consequências de nossa inércia.

Sim, tem hora que cansa, tem hora que chutamos o balde, tem hora que a vontade é de gritar, mandar tudo para aquele lugar e ferrar tudo de uma vez por todas. Mas se a vontade de viver é grande, não há nada que nos possa deter.

Lá vem uma série de problemas a resolver, um monte de crises, muitas irritações, erros e insegurança, porém a vida, com doença ou não, é assim mesmo: temos vontade de chorar, quebrar tudo, mandar meia dúzia de pessoas pro espaço, mas também sabemos que tudo passará e que a única forma de não nos arrependermos de nossos atos é agindo com fidelidade aos nossos sonhos, com amor por quem nos rodeia e com tenacidade em busca de novas realizações.

Que venha a tormenta, mas que possamos todos voltar a navegar em mares tranquilos após o tsunami que se anuncia.

Vamos que vamos! Firmes e fortes em busca dos tão sonhados louros da vitória!

Cuidem-se! Sonhem! Vivam com todas as forças que puderem! Eu acredito em vida após a morte, mas se eu estiver errado, viverei essa com toda a minha energia, levando alegria, amor, inspiração e emoção a cada canto que puder.

Eu te amo, vida! Nunca desista de mim, pois você tem aqui um bravo guerreiro que muito te quer e que fará de tudo para te prolongar!

Um afetuoso abraço a todos os que me dão força e aos que, tentando me derrubar, me propõem edificantes desafios nessa incrível aventura que é viver. Dedico a cada um de vocês todo o meu respeito, amor e sucesso!

Podem me abraçar, podem me bater, só não podem é acreditar que deixarei de lutar! Se a vida for uma só, eis-me aqui para vivê-la o mais intensamente possível: na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, fazendo do coração meu maior guia, até que a morte nos separe… ou não!

DANIEL RAMALHO

DIABETES ESPORTE & NATUREZA


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