Esse foi um natal diferente para mim, pois foi o primeiro usando uma bomba de insulina. Bem… Para vocês que acompanham o blog, conto que o 24 de dezembro já amanheceu diferente, quando minha esposa me acordou dizendo que tinha um pássaro enorme na varanda do meu apartamento. Como ela é estrangeira e não conhece tão bem os animais de nossa fauna, pensei que me depararia com um urubu e quase peguei a camisa do Flamengo, o meu manto sagrado.
Ao chegar na varanda, dei de cara com um Gavião Carcará dos grandes, que mais parecia uma águia. Aquilo para mim foi um bom presságio para 2018… Não faz sentido nenhum, mas o Carcará estava na minha varanda e eu é que decido o significado daquela visita. Hahahaha!
Voltando à bomba, à princípio, estou me adaptando melhor à atual do que à outra que testei. A Accu-Chek Spirit Combo é muito levinha e tem vezes que esqueço que estou usando. Sua prova de fogo seria o natal. Hahaha! Tantos quitutes diferentes exigiriam uma performance muito boa do aparelhinho.
Para facilitar tudo, como de costume, coloquei em dia minhas atividades físicas e às 19h da véspera de natal, lá estava eu, fazendo uma boa caminhada já pensando na farta mesa de natal da família Ramalho. Uma hora depois, glicemia controladíssima, aferida no meio da atividade, estava aprovado com nota 100 para começar a aventura. Sim, para quem tem diabetes, enfrentar as festas de fim de ano, momento de muitos quitutes e pouca paciência para dietas, é sempre uma grande emoção.
Nunca deixei de comer nada nessas festas. Desde o primeiro natal com diabetes, há 9 anos atrás, sempre mantive o controle comendo um pouco de tudo, corrigindo as glicemias, contando carboidratos e aproveitando a noite com a família. Em todas essas ocasiões, mantive a glicemia sob domínio e jamais permiti que estragasse minha noite. Esse ano não foi diferente.
Com a bomba, a experiência foi um pouco diferente, pois pude programá-la para um bolus estendido em lugar de me furar várias vezes com a caneta para ir corrigindo aos poucos. Ao término da programação, ainda viriam mais delícias, mas, então, passei a corrigir a cada item da ceia ao qual não resistisse, levando em consideração minha glicemia naquele momento, insulina ativa e os carboidratos que ainda estavam sendo digeridos. Uma conta louca, individual, mas que deu muito certo.
No final da noite, apenas um pequeno descuido com um brigadeirinho fez minha glicemia sair da faixa-meta, mas logo a fiz voltar ao lugar. A surpresa estava para a manhã.
Fui dormir muito feliz, com a glicemia perfeita e apaguei na cama. Acho que nem me mexi a noite toda. 🙂 🙂 🙂 Como de costume, ao abrir os olhos já peguei o glicosímetro, medi e aí veio o susto: glicemia a 225 mg/dl. Pensei logo em um carboidrato mais lento que pudesse ter me passado a perna, mas era quase impossível levando em consideração o tempo que passou entre a última garfada e a última medição antes de dormir. Alguma coisa havia acontecido e muito de repente, pois às 5h da madrugada a glicemia saiu de 130, dentro de minha meta, para escalar o gráfico do Libre.
A segunda questão que pensei, logo se confirmou: o cateter havia soltado da cânula, provavelmente com um dos chutes que minha pequena filhinha adora me dar durante as noites. Hahahaha! O fato é que por volta de umas 4h30 ela deve ter chutado esse cateter, que acabou soltando e eu fiquei entre essa hora e as 9h30 da manhã sem receber a insulina da bomba…
Logo, digitei a dose de correção e a do café da manhã, mas certamente exagerei, pois em pouco mais de uma hora, fiz uma hipoglicemia de 62 mg/dl… Diabetes: vivendo e aprendendo as 24h dos 365 dias do ano.
Quem disse que seria fácil? Hahaha! Mas isso não me abalou, pois fiquei feliz por ter controlado o mais difícil, a glicemia do natal, mais uma vez. O que aconteceu com o cateter foi um acidente. Chato, mas que pode acontecer, pois quem inventou o cateter, jamais poderia ter previsto que ele teria que resistir aos potentes chutes da pequena Lulu. Hahaha!
Espero que todos vocês tenham passado um ótimo natal e que passem muito bem essa semana, pois um novo ano se aproxima e nós merecemos muitas coisas boas em 2018, não é mesmo?
Grande abraço a todos,
Daniel Ramalho – Diabeticoach
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