Por Daniel Ramalho
Do meio para o final do expediente, batendo aquela fominha, saio para ir ao caixa eletrônico da loja de conveniência e quem sorri para mim: um picolé de frutas da Kibon. Até aí nada de especial, mas após uma boa olhada, a palavra ZERO salta aos olhos e o selinho da ANAD (Associação Nacional de Assistência ao Diabético) parece nos dar o aval que necessitamos para agarrar aquela delícia sem nem pestanejar.
Mas muita calma nessa hora!!!
Antes de sair chutando o balde por aí, leve em consideração que a palavrinha mágica ZERO significa que o picolé ao ser produzido, não recebe a adição de açúcar, mas ele já possui carboidratos naturalmente nos próprios ingredientes utilizados no preparo. Portanto, vale sempre lembrar que as palavrinhas Diet ou Zero não nos libera para um consumo desenfreado de determinado alimento.
Temos que olhar a tabela nutricional para sabermos a quantidade de carboidratos do produto. No caso desse picolé Zero, possui 12g de carbos. Levando-se em consideração que em média um picolé de frutas “normal” de mesmo tamanho tem 15g de carboidratos, já notamos que a diferença não é tão gritante e que até picolés de algumas frutas, mesmo com adição de açúcar, possuem menos carboidratos no produto final do que esse que não tem açúcar agregado.
Assim funciona com tudo o que formos consumir para que não tenhamos surpresas na próxima medição da glicemia. O que não quer dizer que não possamos desfrutar dos prazeres de um bom picolé, mas que precisamos fazê-lo com sabedoria e responsabilidade.
Como vocês podem ver na foto, esse aí foi meu e já o saboreei, porém, não sem antes verificar minha glicemia e constatar que estava liberado para degustá-lo vagarosamente aproveitado cada mordidinha sem nem precisar de correção, pois esse foi o meu lanche da tarde. Rs.
Costumo dizer que após o diagnóstico do diabetes, evoluímos do estado de devoradores para degustadores. Esse é o espírito: aproveitar cada sabor sem afobação, se deliciando devagarinho com cada alimento que escolhemos.
Controlando a glicemia, informando-se sempre, praticando atividades físicas e caprichando na dieta, não há nada que não possamos aproveitar e eu sempre que posso me permito esses “agradinhos”, afinal quem se cuida sempre recebe sua recompensa.
Então é isso, pessoal! Nada de enfiar o pé na jaca nos Diets e Zeros, mas permitam-se momentos como esse. Conversem com seus médicos e nutricionistas para saberem a melhor forma de agir nessa hora. Foi-se o tempo em que a pessoa com diabetes não podia comer quase nada.
Com os cuidados necessários, NÓS PODEMOS TUDO!
Grande abraço!
Pai, blogueiro, jornalista, editor do Blog Diabetes Esporte & Natureza, pedagogo, pós-graduando em “Educação em Diabetes” e “Psicologia Positiva e Coaching”, esportista amador, músico e ator. Convive com o Diabetes Mellitus tipo 1 desde 09/07/2008.
Praticante de esportes radicais com ênfase em Surf, Bodyboard e Skate, além de SUP (stand up paddle), ciclismo, natação e trekking, utiliza as atividades físicas como aliadas no controle glicêmico.
Profissionalmente dedica-se à composição de trilhas sonoras, administração escolar e ao jornalismo.